[ Psychose hallucinatoire encéphalitique ]
Apresentação realizada por Adolphe Courtois e Jacques Lacan, em 17 de fevereiro de 1930, junto à Sociedade Clínica de Medicina Mental de Paris.
L’Encéphale, 1930, vol. 25, n. 4; p. 331.
Annales Médico-Psychologiques, 1930, vol. 12, n. 1; pp. 284-285.
Os Srs. A. Courtois[1] e J. Lacan apresentam um novo caso de psicose alucinatória em uma parkinsoniana pós-encefalítica. Elemento onírico importante com fenômenos visuais no início dos distúrbios, que coincidiram com o surgimento de uma insônia absoluta. Interpretações dos distúrbios neurológicos. Ausência de convicção delirante verdadeira. Aproxima-se de casos anteriormente publicados no estrangeiro e na França.
[1] Aluno de Ludovic Marchand [1873-1976], Adolphe Courtois era cunhado de Édouard Toulouse [1865-1947], com quem colaborou no Hospital Henri-Rousselle, no complexo hospitalar Sainte-Anne. Fez seu externato em 1923 e seu internato manicomial em 1927; foi médico-assistente e, a partir de 1931, titular manicomial. Em sua curta carreira, empreendeu diversas investigações biológicas e anatomopatológicas, abordando temas nos quais neurologia e psiquiatria encontravam-se intimamente relacionadas. Defendeu seu doutorado na Faculdade de Medicina de Paris, com uma tese intitulada Sur un syndrome comitio-parkinsonien: étude anatomo-clinique [Sobre uma síndrome epileptoparkinsoniana: estudo anatomoclínico] (Paris: Libr. Le François, 1928), diante de uma banca presidida pelo emérito Georges Guillain [1876-1961], o qual — na companhia de dois outros colegas — havia descrito a doença que também levaria seu nome: a Síndrome de Guillain-Barré (em que o sistema imunológico ataca os nervos do enfermo). Em 1925, havia sido um dos fundadores da revista L’Évolution psychiatrique, tendo como intuito conjugar psiquiatria e psicanálise. Seus caminhos e os de Jacques Lacan [1901-1981] cruzaram-se em diversas ocasiões. (N. do T.)